O acervo histórico do integralista Plínio Salgado, que se encontra sob guarda do Arquivo Público e Histórico de Rio Claro, foi nominado no Programa Memória do Mundo da Unesco – Memory of the World (MoW). A notícia está no site do Arquivo Nacional, que apresenta a lista das 10 candidaturas aprovadas pelo edital MoWBrasil 2014 para serem inscritas no Registro Nacional do Programa.
Criado pela Unesco (Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura) em 1992, o Programa Memória do Mundo reconhece como patrimônio da humanidade documentos ou conjuntos documentais, arquivos e bibliotecas de grande valor internacional, nacional e regional.
Através do comitê internacional de especialistas, o MoW identifica e registra esses acervos com o objetivo de estimular a preservação e a ampla difusão desses documentos e seu acesso, contribuindo, assim, para despertar a consciência coletiva sobre o patrimônio documental da humanidade.
No Brasil o programa foi criado em setembro de 2004, pelo Ministério da Cultura, e desde a instalação oficial em 2007, o Comitê Nacional do Brasil do Programa Memória do Mundo da Unesco lançou oito editais, resultando em 73 acervos nominados.
No último dia 22 de maio, os analistas de gestão documental do Arquivo Público e Histórico de Rio Claro, Ednaldo Aparecido Rodrigues da Mata, Noemi Andreza da Penha e Talita Gouvêa Basso, participaram de oficina na USP de São Paulo, sobre o MowBrasil 2014, onde formalizaram a inscrição do “Fundo Plínio Salgado” para concorrer a uma vaga de nominação como patrimônio documental da humanidade.
O encontro, que também ocorreu simultaneamente no Rio de Janeiro e em Fortaleza, foi promovido pela Associação de Arquivistas de São Paulo (ARQ-SP), Centro de Documentação e Informação Científica – Cedic da PUC-SP, e Comitê Nacional do Brasil do Programa Memória do Mundo da Unesco, com o propósito de incentivar e orientar a candidatura de acervos ao Programa Memória do Mundo.
“A partir da matrícula da candidatura do acervo de Rio Claro, recebemos diversos formulários, bastante criteriosos, para serem preenchidos. Foi quase um mês de trabalho para concluirmos todos os quesitos”, diz Talita Gouvêa. “As três oficinas realizadas no Brasil resultaram em apenas 26 inscrições de acervos, devido ao alto grau de exigências do edital”, completa.
Em reunião ocorrida nos dias 1 e 2 de outubro no Arquivo Nacional, no Rio de Janeiro, o Comitê Nacional aprovou as 10 candidaturas do MoWBrasil 2014 para receberem inscrições no Registro Nacional do Programa.
Para Ednaldo da Mata, essa chancela da Unesco valoriza o Arquivo de Rio Claro e traz credibilidade para a autarquia na realização de novos projetos. “Esta seleção deixa o “Fundo Plínio Salgado” ao lado de importantes acervos, eleitos sob os mesmos critérios, como o Arquivo Machado de Assis, proposto pela Academia Brasileira de Letras, o Arquivo Getulio Vargas, do CPDOC/FGV, Manuscritos Musicais de Carlos Gomes, encaminhado pela Fundação Biblioteca Nacional e Lei Áurea, proposto pelo Arquivo Nacional, entre outros.
Segundo Noemi Andreza da Penha, a equipe de analistas de gestão documental do Arquivo Público de Rio Claro precisou pesquisar o acervo e estudar a vida de Plínio Salgado para defender a proposta. “Rio Claro guarda um pedaço da história do Brasil. O “selo” da Unesco irá contribuir para a divulgação deste fundo histórico que reúne cerca de 60 mil peças”, diz Noemi.
De acordo com a superintendente do Arquivo Público Municipal de Rio Claro, Maria Teresa de Arruda Campos, a conquista “é um reconhecimento da importância do acervo como um patrimônio brasileiro, que agora recebe o ‘logo’ da Unesco”, comenta. “Essa nomeação valoriza o Arquivo de Rio Claro”, acrescenta.
