O município de Rio Claro recebeu o selo da Unesco pelo Fundo Plínio Salgado, que se encontra sob guarda do Arquivo Público e Histórico de Rio Claro. A cerimônia de outorga do título aconteceu no mês passado na sede do Arquivo Nacional, no Rio de Janeiro.
O Arquivo Público de Rio Claro esteve representado na solenidade por sua coordenadora Ana Maria Penha Mena Pagnoca, que recebeu o certificado de inscrição do acervo de Plínio Salgado no Registro Nacional do Brasil, do Programa Memória do Mundo da Unesco – Memory of the World – MoW.
Na condição de uma das primeiras funcionárias da autarquia, desde sua criação em 1979, Ana Maria Pagnoca acompanhou todo o processo de inscrição do fundo do líder integralista para concorrer a uma vaga de nominação como patrimônio documental da humanidade.
Com apoio dos analistas de gestão documental do Arquivo de Rio Claro, Ednaldo Aparecido Rodrigues da Mata, Noemi Andreza da Penha e Talita Gouvêa Basso, o acervo foi matriculado no programa da Unesco conforme as normas do edital do MowBrasil 2014. Em outubro foi divulgada a lista com as dez candidaturas eleitas que incluiu a documentação de Rio Claro.
A entrega do diploma foi feita em dezembro pelo diretor do Arquivo Público do Município de Campos dos Goytacazes, prof. Carlos Roberto Bastos Freitas, membro do Comitê Nacional do Brasil do Programa Memória do Mundo da Unesco.
Segundo Ana Maria Pagnoca, a chancela da Unesco valoriza o Arquivo de Rio Claro e traz credibilidade para a autarquia na realização de novos projetos. “Esta seleção equipara o Fundo Plínio Salgado a importantes acervos, eleitos sob os mesmos critérios, como o Arquivo Machado de Assis, proposto pela Academia Brasileira de Letras, o Arquivo Getúlio Vargas, do CPDOC/FGV, Manuscritos Musicais de Carlos Gomes, encaminhado pela Fundação Biblioteca Nacional e Lei Áurea, do Arquivo Nacional, entre outros”.
O MoW foi criado pela Unesco (Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura) em 1992 e reconhece como patrimônio da humanidade documentos ou conjuntos documentais, arquivos e bibliotecas de grande valor internacional, nacional e regional.
Através do comitê internacional de especialistas, o programa da Unesco identifica e registra acervos com o objetivo de estimular a preservação e a ampla difusão desses documentos e seu acesso, contribuindo, assim, para despertar a consciência coletiva sobre o patrimônio documental da humanidade.
No Brasil o Mow foi implantado em 2004, pelo Ministério da Cultura, e desde a instalação oficial em 2007, o Comitê Nacional nominou 73 acervos.
“O selo da Unesco irá contribuir para a divulgação deste fundo histórico que reúne cerca de 60 mil peças e atrai pesquisadores de vários estados do Brasil”, diz Ana Maria Pagnoca que desligou-se do Arquivo desde o início de janeiro, após trinta anos de serviços prestados na autarquia, iniciando sua aposentadoria.