A Secretaria de Cultura de Rio Claro continua exibindo a Exposição Arte e Futebol, que comemora a Copa do Mundo 2014, sediada no Brasil. A mostra pode ser vista até dia 8 de junho no Casarão da Cultura, de segunda a sexta-feira das 9 às 12 horas e das 13 às 17 horas. Aos sábados e domingos a exposição pode ser vista das 9 às 13 horas.
A mostra é organizada pelo Casarão da Cultura em homenagem ao esporte mais popular do País, verdadeira paixão nacional, e ao sentimento de patriotismo que invade os cidadãos durante a competição. “Arte e Futebol” reúne 26 pinturas de 13 artistas e tem a curadoria da museóloga paulistana Diná Queiroz Jobst.
“A exposição Arte e Futebol pretende divulgar, por meio de expoentes da arte naïf brasileira, o que o País tem de melhor nessa forma de expressão artística, através dos diferentes olhares, traços, formas e cores”, explica a museóloga, acrescentando que “olhando as telas coloridas, o visitante poderá observar o cotidiano, as tradições, as diferentes paisagens e o amor do brasileiro pelo futebol; desde a sua representação nos campinhos de várzea, nas praias, nas escolas, nas indústrias, nas favelas, o que faz do Brasil, um celeiro de grandes jogadores que fazem sucesso mundial”.
Os pintores, homens e mulheres brasileiros, oriundos de grandes centros urbanos e de cidades do interior, mostram nesta exposição seus talentos na maneira diferenciada de representar nas telas suas grandes paixões.
Autodidatas, seja por falta de oportunidade ou por teimosia, os pintores naïfs querem encarar a tela branca e expressar-se sem interferência de ninguém, procurando a liberdade de composição, perspectivas e cores. O resultado é uma impressionante mistura de cores nos cenários mais variados.
A entrada é franca e o Casarão da Cultura fica na Avenida 3, 568, Centro, esquina com a Rua 7.
Arte Naïf
O termo Naïf (ingênuo, em francês) aparece no vocabulário artístico, em geral, como sinônimo da arte ingênua, original e/ou instintiva, produzida por artistas que não tem formação acadêmica no campo das artes.
A pintura naïf se caracteriza pelo autodidatismo e aprendizagem de técnicas de modo empírico, podendo ser verificados ausência ou relativização de aspectos formais acadêmicos, como composição, perspectivas e respeito às cores reais. Acima de tudo, o artista naïf tem o compromisso de não seguir uma estética pré-concebida para, ao longo de sua carreira, criar lances de marcante beleza plástica.
A história da pintura naïf liga-se ao Salão dos Independentes, de 1886, em Paris, com exibição de trabalhos de Henri Rousseau (1844 – 1910), que se torna o mais célebre dos pintores naïfs.
Dedicando-se à pintura como hobby, Rousseau era considerado “ingênuo e inculto”, pela falta de formação especializada, pintando temas pueris e inocentes e mostrando de modo inédito, uma realidade ao mesmo tempo natural e fantasiosa. Seu trabalho obtém reconhecimento imediato dos artistas de vanguarda do período – como Paul Gauguin, Pablo Picasso, entre outros – que vêem nele a expressão de um mundo exótico, símbolo do retorno às origens e das manifestações da vida psíquica, livre e pura.
No século XX, a arte naïf é reconhecida como uma modalidade artística específica e se desenvolve no mundo todo, sobretudo no Leste Europeu, França, Cuba, Haiti e no Brasil, desenhando um circuito próprio e contando com museus e galerias especializadas em todo o mundo.
No Brasil, este movimento iniciou-se na década de 40, com uma série de artistas ligados à pintura naïf, como Cardosinho, Luís Soares, José Antonio da Silva, Heitor dos Prazeres, Chico da Silva, Djanira, entre outros.
Pela grande diversidade cultural, cada artista geralmente se inspira em sua terra natal, em seus usos e costumes, expressando em suas telas a saudade, a infância e as brincadeiras, de forma criativa e espontânea.