Na sessão do Cine Pipoquinha deste domingo, 20, em Rio Claro, a Secretaria da Cultura exibirá o filme A Noiva Cadáver, que tem tudo para agradar adultos e crianças. Com ingressos e pipocas gratuitos, a sessão acontece na sala de cinema do Centro Cultural Roberto Palmari, a partir das 15 horas.
Não é preciso muita ousadia para afirmar que Tim Burton é um dos cineastas mais criativos da atualidade. Na animação A Noiva Cadáver, o cineasta brinda o espectador com sua inspiração. O fascínio exercido pelo roteiro é complementado pela animação gótica, feita na tradicional técnica stop-motion (quadro a quadro), que demorou nada menos do que dez anos para ser desenvolvida da forma como Tim Burton idealizou.
A Noiva Cadáver é uma fábula musical. Seu roteiro, inspirado em uma lenda russa, conta a história de Victor. Filho de peixeiros enriquecidos com os negócios está de casamento marcado com Victória, filha de uma família tradicional, porém empobrecida. O casamento de conveniência entre os dois jovens, que se vêem pela primeira vez no dia do ensaio da cerimônia, é adiado porque o padre não acredita que o noivo está em plena capacidade de se casar. Treinando seus votos na floresta vizinha à cidade, Victor coloca a aliança no que parece ser um galho. No entanto, trata-se da mão da Noiva Cadáver que dá nome ao filme. Morta pouco antes de seu próprio casamento e enterrada na floresta, ela passou anos esperando pelo homem que a libertaria da solidão no mundo dos mortos e se casasse com ela. Mas essa não é a real intenção de Victor, que, incapaz de dizer a verdade à Noiva Cadáver, não consegue desfazer o mal-entendido.
Desenvolve-se, então, uma divertida trama sobre o amor não-correspondido e a idealização do outro. Por mais que se trate de uma alegoria entre personagens que transitam entre o mundo dos vivos e dos mortos, A Noiva Cadáver mostra ao espectador uma bela metáfora ao que, inevitavelmente, experimentamos uma (ou algumas) vez na vida: amar e não ser amado. A idealização do outro, que acontece a todo o momento no filme de Burton – especialmente em se tratando da personagem que dá nome à produção – não é prática exclusiva dos mortos, ou dos personagens de fábula, mas sim de qualquer pessoa disposta a amar. A temática é tratada com bom humor em uma estética de encher os olhos.