O Departamento Autônomo de Água e Esgoto (Daae) de Rio Claro, em parceria com o Instituto de Proteção Sócio Ambiental da Bacia do Rio Corumbataí (Oscip-IPSA), iniciou um novo projeto para recuperação de afluente do rio Passa Cinco. O projeto fará a revegetação de uma área de mata ciliar que compreende cinco propriedades rurais pertencentes ao município de Itirapina.
Segundo o gestor ambiental, Willy Werner Grassmann Bóbbo, o projeto de revegetação ciliar começa a ser desenvolvido na segunda quinzena de outubro, quando deve se iniciar o período chuvoso. O recurso hídrico contemplado é cabeceira do rio Cachoeira, afluente da margem direita do rio Passa Cinco. A micro bacia alimenta várias cachoeiras situadas a montante de várias furnas da encosta de grandes paredões de pedras.
“Por ser uma região produtora de eucalipto para as indústrias de papel e celulose, precisamos preservar os recursos hídricos ali existentes, pois sabemos das necessidades diárias de consumo de água por parte desta monocultura, e a área em questão, com altitude variando entre 900 e 1050 metros acima do nível do mar, drena as águas morro abaixo, alimentando centenas de nascentes, cursos d’água e rios como o Passa Cinco, principal afluente da margem direita do rio Corumbataí”, destaca o gestor ambiental.
Alem da preservação do rico manancial e suas principais nascentes, o desenvolvimento projeto de revegetação irá criar um corredor ecológico por onde circularão animais silvestres como quatis, capivaras, pacas, aves, porcos do mato e as suçuaranas (onças pardas).
As propriedades envolvidas após o término dos plantios estarão aptas a se registrarem no Cadastro Ambiental Rural (CAR), pois terão 20% de suas áreas recobertas por vegetação nativa, exigência a ser cumprida em todo o Brasi.
O Daae disponibilizará cerca de 6.500 mudas de árvores nativas produzidas em seu viveiro de mudas, que serão plantadas de outubro de 2014 a março de 2015, sendo que os proprietários rurais, além de executarem o plantio, terão que cercar as áreas e, por um período de no mínimo 24 meses, também terão que acompanhar o desenvolvimento das mudas, protegendo-as do fogo, de espécies invasoras como o capim brachiaria e das formigas.
Todo este trabalho será fiscalizado pela Oscip IPSA Corumbataí, que apresentará a cada seis meses um relatório do desenvolvimento dessas futuras árvores. O projeto ambiental, por contemplar a recuperação de mananciais de importância regional, além do apoio do Daae e da oscip IPSA, também possui colaboradores do município de Ipeúna como Eduardo e Alécio Pazetto, proprietários rurais que já se conscientizaram de que temos que pensar globalmente e agir em âmbito local para combater a escassez hídrica mundial, começando pela preservação dos recursos hídricos locais.