Fórum realizado no município no fim de maio fortificou a aliança entre sociedade civil e os três poderes no combate à violência
Cerca de 400 pessoas, dentre elas representantes da sociedade civil, poder Legislativo, Executivo e Judiciário estiveram reunidas na Faculdade Claretianas em 27, 28 e 29 de maio, durante o I Fórum Municipal de Enfrentamento à Violência Contra Crianças e Adolescentes. Com a finalidade principal de fortalecer o enfrentamento à violência contra crianças e adolescentes, o evento contou com palestras, reflexões e discussões que possibilitaram a sensibilização da população e reforçaram a articulação entre os serviços diretamente envolvidos com a questão.
O Conselho Tutelar de Rio Claro apontou, durante o Fórum, que 254 crianças ou adolescentes sofreram violência no de correr de 2009 (média de 21 ao mês). De janeiro a maio de 2010 as estatísticas apontam 79 crianças violentadas (média de 15 ao mês).
Segundo a conselheira tutelar Maria Inês Pin, o quadro de violência contra crianças e adolescentes engloba negligência, maus tratos e violência sexual, sendo que em 2009 foram caracterizados dois casos de negligência, 232 de maus tratos e 20 de violência sexual. Até o fim de maio de 2010 o quadro apresenta 14 casos de negligência, 61 de maus tratos e quatro de violência sexual.
Para Maria Inês, os principais fatores que levam a este tipo de violência é a desestrutura familiar, a omissão dos pais frente à educação dos filhos e o aumento do uso de drogas por crianças e adolescentes. “A comunidade tem que ficar mais atenta em relação a esses fatores e aos direitos da criança, que quando forem lesados devem ser denunciados”, diz a conselheira, ressaltando que as denúncias devem ser feitas com fundamento e que, embora as pessoas devam identificar-se, sempre há o sigilo que protege o denunciante.
Presente no I Fórum Municipal de Enfrentamento à Violência Contra Crianças e Adolescentes, a vice-prefeita e secretária municipal de Governo Olga Salomão lembra que “quando se comete qualquer tipo de violência contra crianças e adolescentes a agressão é contra toda sociedade”. Olga ressalta que “todos nós, adultos, já fomos criança um dia e trazemos conosco as experiências boas e ruins que vivenciamos em nossas vidas. Portanto, uma sociedade que cuida bem de suas crianças, está demonstrando preocupação consigo mesma”.
Segundo a secretária municipal de Ação Social Luci Helena Wendel Ferreira, o enfrentamento da violência contra crianças e adolescentes teve sua urgência reconhecida e fortalecida no Brasil, a partir de 1990, quando da promulgação do Estatuto da Criança e do Adolescente. “O I Fórum de Enfrentamento à Violência Contra Crianças e Adolescentes veio em função desta urgência, pois esse enfrentamento requer um trabalho articulado em rede: assistência social e demais políticas públicas, órgãos de defesa de direitos e sociedade, com centralidade nas famílias. É preciso, sobretudo, uma grande reflexão sobre a cultura brasileira e sobre valores difundidos, para que as crianças e adolescentes sejam reconhecidos verdadeiramente como sujeitos”.
O evento foi realizado pela Secretaria Municipal de Ação Social, por intermédio do Centro de Referência Especializado de Assistência Social (CREAS), em parceria com os Centros de Referência de Assistência Social (CRAS) de rio Claro, vereadora Raquel Picelli, Conselho Tutelar, Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente – CMDCA, Secretaria Municipal da Educação e Fundação Municipal da Saúde. Contou com o apoio da Ação Educacional Claretianas, Instituto Carlos Hansen – Tigre, Senac, Associação dos Aposentados do Banco do Brasil de Piracicaba e Floricultura Rosas de Saron.
Denúncias de abusos contra crianças e adolescentes podem ser feitas pelos telefones: Disque 100; 3532-5221 e 3533-5411 (Conselho Tutelar 24 horas), 3524-9503 (DDM), 3523-6439 e 3523-6420 (CREAS) e 3534-1556 (Promotoria da Infância e Juventude).