Propostas nas áreas da Saúde, Transporte e Educação foram destacadas como prioridades para inclusão no documento
Dezenas de mulheres se mobilizam neste mês de março para avaliação da “Carta das Mulheres” e análise das conquistas e propostas de políticas públicas para o município de Rio Claro. As reuniões para discutir o documento fazem parte da programação da Semana da Mulher, realizada pela Câmara Municipal e Prefeitura de Rio Claro, com apoio da Secretaria Municipal de Ação Social e outros órgãos envolvidos.
As reuniões nas unidades têm como principal objetivo a leitura da “Carta das Mulheres” em diversas regiões da cidade, dando às residentes desses locais a oportunidade de conhecer e compreender o texto nela escrito, refletir sobre as necessidades da população local e inserir propostas de políticas públicas que atendam este público.
No último dia 9 de março a reunião ocorreu no III Pólo de Ação Social, dia 12 no CRAS Região Jardim Bandeirantes, dia 13 no CRAS Região Jardim Brasília e dia 14 no CRAS Região Jardim Bonsucesso/Novo Wenzel. Além das mulheres atendidas nestes locais, estiveram presentes diversas autoridades, dentre elas as vereadoras Maria do Carmo Guilherme e Raquel Picelli Bernadinelli.
A presidente do Fundo Social de Solidariedade Rosana Altimari também acompanhou diversas reuniões: “É muito bom estar com as mulheres nos pólos sociais de referência e fazer este movimento com as pessoas do bairro”, disse Rosana.
“No III Pólo, muitas participantes ainda desconheciam o conteúdo da “Carta das Mulheres”, conta a assistente social Izilda Aparecida da Silva. Também para mim tudo é muito novo. Assim este momento é ideal para adquirirmos conhecimentos e divulgá–los para outras mulheres que não puderam estar presentes”.
A psicóloga Paula Cruz Goitein afirma que este tipo de atividade fortalece as mulheres e as incentiva a conhecerem seus direitos, como direitos de trabalho, de como se defender e agir.
Para a assistente social Berenice R. S. Gomes Altarugio, coordenadora do III Pólo, essas reuniões são espaços democráticos, onde as mulheres podem fazer suas colocações e reivindicações. “Tudo isso contribui para que se valorizem e recuperem a auto estima.”
Muitas mulheres atendidas pelas unidades passam por problemas familiares e recebem ajuda, a exemplo de Ivanilde Nascimento (52), atendida pelo III Pólo de Ação Social. “Como eu estava desempregada e separada, fiquei sabendo que poderia ser uma beneficiada, então procurei ajuda no III Pólo, me cadastrei e fui encaminhada para o Bolsa Família. Como há pouco tempo estive doente e não podia trabalhar, precisei de uma cesta básica e a recebi na mesma semana, o que foi uma benção para mim”.
Dirce Montoro Copolla, (70) participa das atividades do CRAS Região Jardim Bandeirantes e julga muito importante estar presente em atividades como esta. “É assim que aprendemos muitas coisas, dentre elas nossos direitos”.
Para a coordenadora do CRAS Brasília Áurea Rios essa devolutiva da “Carta das Mulheres” é muito positiva: “São ações políticas que foram reivindicadas na Pré – Conferência e Conferência da Mulher e que agora estão sendo reforçadas”. A coordenadora explica que nos últimos três anos, a cada mês que é programada uma atividade, o número de mulheres participantes é maior.
Diana Maria da Silva, (34), participa há dois anos das reuniões no CRAS Brasília e acha importante participar das reuniões: “Assim ficamos por dentro de tudo sobre a cidade, sobre os bairros, e podemos falar do que necessitamos em cada bairro, o que o prefeito vai colocar em cada um deles e outros detalhes”.
Dentre os assuntos questionados na reunião realizada no CRAS Região Bonsucesso/Novo Wenzel destaca-se a necessidade de um pronto atendimento (PA) exclusivo, uma vez que no bairro existe apenas uma Unidade Básica de Saúde (UBS), aberta de segunda a sexta-feira. Os moradores apontaram diversas dificuldades em se deslocar até a Santa Casa ou o PA do bairro Cervezão.
Os participantes reforçaram, ainda, a necessidade de uma creche local, projeto esse já em andamento. As vereadoras presentes aproveitaram a oportunidade para esclarecer as dúvidas quanto à falta de asfalto em determinados lugares do bairro, e também sobre a nova lei que determina qual a espessura adequada de asfalto para cada tipo de solo.
“Acho muito bom que aconteçam essas reuniões, que a Prefeitura esteja presente para nos ouvir, porque aprendemos e, ao mesmo tempo, podemos compartilhar nossas vivências para que outros também saibam sobre nós, sobre a nossa condição de vida aqui no bairro”, comentou a usuária Ester José da Silva (39).
Em ação conjunta com a Secretaria de Saúde, foram distribuídos preservativos e os presentes puderam realizar exame de Doenças Sexualmente Transmissíveis (DST) gratuitamente. “A população precisa saber que existe cura, mas para isso é necessário o diagnóstico, saber se está ou não com a doença”, alertou a funcionária Paula sobre o trabalho de prevenção.