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04 de julho de 2013 Desenvolvimento Social

Casas Lares resgatam individualidade de crianças e adolescentes de Rio Claro

Um verdadeiro lar. Este é o sonho que 84 crianças e adolescentes constroem, há três meses, com a mudança de uma instituição tradicional para as cinco Casas Lares implantadas pela Prefeitura Municipal, por meio de parceria da Secretaria Municipal de Ação Social e a organização Aldeias Infantis SOS Brasil. Devido ao número reduzido de atendidos que esta nova modalidade de abrigo trabalha, as crianças recebem mais atenção e seguem a rotina normal de uma casa: fazem suas lições, descansam, têm lazer em horários alternativos à escola e também ajudam nas tarefas caseiras.

Após dois meses, os grupos começam a se acalmar. O afeto surge como um novo elemento no dia a dia desta composição familiar, reduzindo os comportamentos violentos. Experiências mais difíceis começam a se diluir e as crianças, antes irrequietas, já demonstram mais estabilidade. Entre os adolescentes a insegurança e a violência esmaecem gradativamente, resultando em melhoras no desempenho escolar.

Maria de Lurdes Gonçalves da Silva (53) é ‘mãe social’ em uma das Casas Lares de Rio Claro e diz: “Sinto-me realizada em poder ajudar essas crianças e adolescentes. Com um número menor de crianças o resultado é mais rápido, pois posso dispensar a cada uma delas uma atenção especial. Com os adolescentes também é muito bom: eles estão descobrindo o valor de um carinho, de um abraço, e assim todos crescemos juntos”.

A Secretaria Municipal de Ação Social procurou, em 2012, um modelo de abrigo que pudesse proporcionar às crianças e adolescentes de Rio Claro um verdadeiro lar, com sua rotina, deveres e direitos. “Após visitar a Associação Civil de direito privado Aldeias Infantis SOS Brasil, em Campinas, chegamos à conclusão que aquele era o modelo de gestão que queríamos para nossas crianças. Só assim poderemos colaborar para o crescimento individual de cada uma delas e transformá-las em cidadãos dignos e bem resolvidos de amanhã”, diz a secretária municipal de Ação Social Luci Helena Wendel Ferreira.

Neste contexto entra em cena um ator fundamental: a “mãe social”, também chamada de educadora ou cuidadora. É essa mãe que zela pelas crianças acolhidas, cuidando de sua saúde, educação e formação individual, promovendo um ambiente familiar, hábitos e atitudes de autonomia. “A atuação da ‘mãe social’ chega próximo a uma rotina familiar, onde as crianças e adolescentes recebem atenção, afeto e orientações que existem em todos os lares”, explica a secretária.

O gestor da Aldeias Infantis em Rio Claro, José Luiz Arcerito relata que o modelo de abrigo adotado atende às normas brasileiras: “Cada Casa Lar abriga até nove crianças e/ou adolescentes na faixa etária de Zero a 18 anos. Não separa os irmãos, impedindo que seus laços sanguíneos se quebrem totalmente, fragilizando ainda mais as crianças. Tudo isso sem esquecer o fortalecimento dos vínculos familiares junto às famílias de origem”.

Dentro de uma Casa Lar, cada criança é única. A equipe tem um olhar individual para cada uma delas e suas escolhas são consideradas e respeitadas dentro de suas percepções. As crianças têm suas horas de lazer e saem a passeio em companhia da ‘mãe’, como em uma família normal. O direito de ir e vir dos adolescentes é respeitado e eles podem fazer os passeios apropriados à sua idade, com hora determinada para voltar, resgatando costumes familiares e afetivos.

“É preciso conscientizar a população que a mudança é gradativa, pois não estamos em um regime militar e os adolescentes não são robôs. É normal que de vez em quando um deles não cumpra o combinado, mas com muito diálogo a ‘mãe’ vai orientando novamente o filho”, diz Arcerito.

A Aldeias Infantis SOS Brasil em Rio Claro atua com uma equipe composta por duas assistentes sociais, duas psicólogas, uma pedagoga, uma assistente administrativa, um encarregado de manutenção e um gestor. O trabalho é acompanhado pelo Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente (CMDCA), Conselho Municipal de Assistência Social – CMAS, Conselho Tutelar, Juiz e Promotoria Pública da Infância e Juventude de Rio Claro.

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