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22 de janeiro de 2013 Desenvolvimento Social

Curso de Biojóias valoriza biodiversidade regional e agrega renda

Encerrou-se no último sábado (19) o Curso de Biojóias oferecido pela Prefeitura Municipal de Rio Claro aos artesãos e empreendimentos interessados em agregar conhecimentos e renda aos seus negócios. O curso foi realizado pela Secretaria Municipal de Ação Social e Universidade Estadual Paulista – Unesp, por meio do Programa Municipal de Economia Solidária de Rio Claro. O curso foi desenvolvido em seis oficinas iniciadas em dezembro último. A atividade reuniu mais de 30 participantes, dentre os quais 17 já se uniram para a formação de uma cooperativa.

Carlos Da Mata, artesão especializado em biojóias, veio de São Paulo para ministrar as aulas, levando nos participantes conceitos de trabalho em grupo, solidariedade, preço justo, respeito à natureza e desejo de produzir adornos com materiais vivos que ela nos oferece, como cipó, sementes, cascas de coco, dentre outros.

Segundo o professor, a finalidade do curso é atender ao interesse dos pequenos empreendimentos e artesãos quanto à diversidade de sementes que a região oferece, disponibilizando orientação sobre coleta, tratamento e utilização das mesmas na confecção de produtos artesanais – com demanda crescente no Brasil – além de agregar ao trabalho o prazer de coletar as sementes e transformá-las em biojóias, contribuindo assim com a geração de renda.

“O objetivo proposto foi alcançado e a perspectiva é que os alunos dêem continuidade ao trabalho, transformando-se em multiplicadores desses conhecimentos. Com este curso o grupo está pronto para atender demandas que estão ocorrendo no Brasil por ocasião de eventos de épocas e também avançar em suas criações para atender o mercado externo”, encerra Da Mata.

Djalma Aparecido Lino (53), cadeirante e artesão, é um dos alunos do curso que está entusiasmado com a formação da cooperativa. “Freqüentei o curso para aumentar meus conhecimentos e ter maior variedade de produtos para vender e me deparei com ótimas perspectivas, como a possibilidade de repassar esses conhecimentos e participar de uma cooperativa”, contou.

A professora de artes Maria Luisa Garcia (47), participou de todas as oficinas e surpreendeu-se: “Além de implementar a renda dos artesãos e EES, o curso nos deu oportunidade de olharmos a natureza com outros olhos, respeitá-la e tirar dela apenas o que nos oferece, como os frutos caídos dos quais retiramos as sementes para transformar em arte, preocupando-nos também com a preservação ambiental.”

Nicolau Luiz Spera (50) veio de Analândia, trazendo com ele mais uma artesã: “Esse curso será mais um reforço à minha atividade de artesão e trilheiro. Além de aprender a transformar minhas criações em produtos mais altruístas, foi um chamado para olhar a natureza com mais atenção, conciliando as trilhas com a coleta de sementes e outros materiais que a região nos oferece”, explicou.

A secretária municipal de Ação Social Luci Helena Wendel Ferreira, responsável pela implantação do Programa de Economia Solidária em Rio Claro, mostrou-se muito feliz com o resultado das oficinas: “Os produtos produzidos pelos alunos já se encontram a venda em diversos pontos da cidade desde dezembro e foram a grande novidade entre os presentes do Natal, mostrando que outra economia acontece de fato em Rio Claro”, declara Luci.

“Já a determinação dos envolvidos na construção de uma cooperativa de biojóias, utilizando sementes colhidas junto à biodiversidade da região (Analândia, Floresta Estadual Edmundo Navarro de Andrade e outros locais), mostra que realmente estamos, cada vez mais, nos conscientizando de que podemos crescer por nossos próprios meios e empenho, sempre com respeito ao meio ambiente”, finaliza a Secretária.

O professor doutor Auro A. Mendes, professor adjunto do Departamento de Geografia IGCE-UNESP de Rio Claro, parceiro no Programa, considera o Curso de Biojóias uma excelente iniciativa no que tange à Economia Solidária em Rio Claro, revelando a importância dessas atividades solidárias na geração de emprego e renda na cidade. “Tais atividades demonstram, também, a relevância da parceria entre o Laboratório de Estudos Territoriais (LAET) do Departamento de Geografia-UNESP-Rio Claro e a Secretaria de Ação Social – Prefeitura Municipal de Rio Claro, que tem promovido cursos de capacitação e cooperativismo, valorizando os talentos locais”

Sobre o instrutor:

José Carlos dos Santos, que adotou o nome artístico de Carlos Da Mata é arte-educador com atuações em muitas prefeituras e Organizações Não Governamentais (ONGs) espalhadas pelo Brasil. Em 2006 ministrou oficina no Timor Leste, a convite da Organização das Nações Unidas (ONU) e Comissão Européia, ocasião em que foi criado o grupo “Biojóias de Ataúro”.

Desde 2005 Da Mata é responsável pela criação de 15 grupos que atuam com biojóias no Brasil, muitos dos quais já exportam seus produtos para diversos países da Europa. Atualmente dirige o grupo de oficina permanente de biojóias Da Mata Brasil – Artesanatos, em São Paulo e atende convites para oficinas em todo Brasil, onde já ministrou centenas de cursos.

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