Violência Psicológica, Síndrome de Alienação Parental e Síndrome do Bebê Sacudido estão entre alguns dos temas discutidos em Fórum
Pelo menos 600 pessoas participaram do II Fórum Municipal de Enfrentamento à Violência contra Crianças e Adolescentes: As Formas Silenciosas de Violência, realizado quarta-feira (1) no Centro Cultural de Rio Claro. Realizado pela Secretaria Municipal de Ação Social, por meio do Centro de Referência Especializado de Assistência Social (CREAS), o evento contou com parceria das Diretorias Regionais de Assistência e Desenvolvimento Social de Piracicaba (DRADS).
Cerca de 300 pessoas no período da manhã e mais 300 no período da tarde receberam certificado de participação, dentre elas profissionais que atuam com crianças e adolescentes, instituições, Organizações Não Governamentais (ONGS), igrejas e a comunidade em geral.
O objetivo principal foi discutir, promover conhecimento e trocar experiência sobre as diversas formas de violências silenciosas que cercam as crianças e adolescentes.
Durante a abertura oficial do evento o prefeito Du Altimari destacou que, pelo levantamento dos organizadores do evento, 70% dos participantes não eram ligadas ao governo municipal, e sim a entidades não governamentais ou de outros municípios. “Isso mostra a abrangência da Secretaria Municipal de Ação Social que se esmera em cuidar das pessoas. Fazer obras é importante, mas cuidar das pessoas é muito mais”.
A primeira palestra do evento tratou da “Violência Psicológica contra Crianças e Adolescentes”. Ministrada pela Dra. Maria Amélia Azevedo, graduada em Pedagogia e em Direito pela USP e doutora em Orientação Educacional, a palestra foi rica em citações de pessoas que sofreram esse tipo de agressão, como é o caso da poetisa e contista Cora Coralina – pseudônimo de Ana Lins dos Guimarães Peixoto Bretãs. Cora Coralina foi uma das principais escritoras brasileiras, que só teve seu primeiro livro publicado aos 76 anos de idade, devido à opressão sofrida pela família e marido.
A Lei nº 12.318-10 aprovada em 26 de Agosto de 2010, que visa proteger a criança ou adolescente da chamada Síndrome de Alienação Parental, foi explicada e debatida pelo Juiz Richard Paulo Pae Kim. Juiz da Vara da Infância e Juventude de Campinas, ele acredita que a lei foi sancionada prematuramente, uma vez que não há conhecimento aprofundado para discernir quais atitudes dos pais realmente afetam a criança ou o adolescente.
O tema “Síndrome do Bebê Sacudido” foi abordado pela palestrante Nahara Rodrigues Laterza, graduada em Psicologia pela UFSCar e mestranda do Programa de Pós-Graduação em Psicologia, explanando os danos por vezes fora de nosso conhecimento, mas de repercussão grave e, em alguns casos, letal.
Houve ainda apresentação cultural do grupo “Baby Crew”, formado por adolescentes do Programa Pró Jovem/Pró Adolescente. O Serviço de Proteção e Atendimento Especializado a Crianças, Adolescentes, Pessoas com Deficiência e seus Familiares foi apresentado pela equipe técnica do CREAS de Rio Claro.
A última palestra da tarde abordou o tema “Negligência”, e foi ministrada pela psicólogas Sabrina Mazo da Fonseca e Gabriela Reyes Ormeño. As duas palestrantes são mestres em Educação Especial pela UFSCar.
As propostas feitas durante o evento foram discutidas e compiladas para que sejam articuladas à medida do possível. Os avanços conquistados serão apresentados durante o III Fórum, previsto para 2012.