Discutir estratégias no cuidado com crianças e adolescentes foi um dos principais objetivos do IX Fórum do Creas, que reuniu quase 300 pessoas na manhã de quarta-feira (28) em Rio Claro, no Centro Cultural “Roberto Palmari”. O evento contou com participantes de Leme, Limeira, Piracicaba, Pirassununga, Santa Gertrudes, São Pedro e Rio Claro.
Organizado pela prefeitura de Rio Claro, por meio da Secretaria Municipal de Ação Social, o evento também abordou os temas “Síndrome do Bebê Sacudido”, com palestra de Nahara Rodrigues Laterza Lopes, mestre em Psicologia, e “Educação Positiva”, com palestra de Maria Helvira Arantes Andrade Hansen Martins, mestre em Serviço Social.
Durante o evento foi feito o lançamento da cartilha “Educação Positiva”. Foram impressos 46 mil exemplares, entregues às escolas municipais, estaduais e particulares nessa quarta-feira (29), Dia Municipal de Enfrentamento à Violência Contra Crianças e Adolescentes, de acordo com a Lei Municipal 3942/2009, de autoria da vereadora Raquel Picelli.
Durante o fórum de quarta-feira o prefeito Du Altimari fez a entrega simbólica da cartilha “Educação Positiva” às representantes das escolas municipais, estaduais e particulares, respectivamente, Heloisa Cunha do Carmo, Cláudia Maria Sorgon Scotuzzi e Rita de Cássia Oliveira de Souza. “Sinto-me orgulhoso por trabalhar com uma equipe tão compromissada, focada na educação de nossas crianças e adolescentes, e em contribuir para que as famílias tenham orientações de como agir diante dos problemas atuais que comprometem o desenvolvimento pleno dos cidadãos rio-clarenses”, disse.
A secretária municipal de Ação Social, Luci Helena Wendel Ferreira, pondera que muitos pais educam seus filhos por meio de castigos físicos e punição por desconhecerem outro modelo de educação, já que no passado não se discutia esse tipo de violência na esfera pública. “Antigamente tudo era resolvido no interior dos lares e, embora houvesse violência, ela não era notificada. Esta cartilha é a maneira que encontramos para que a Educação Positiva e seus fundamentos cheguem até os pais e educadores em uma linguagem simples e objetiva”.
A palestrante Nahara Laterza afirmou que o IX Fórum do Creas foi um espaço ideal para divulgar a “Síndrome do Bebê Sacudido”, que ainda não é suficientemente conhecida. “A síndrome do bebê sacudido acontece normalmente quando o bebê está chorando e os pais, com a intenção de fazê-los parar de chorar, acabam sacudindo o bebê sem saber o mal que estão causando a seus filhos”, explica. “Espero que a palestra tenha levado o conhecimento necessário para que as pessoas presentes possam informar às demais sobre esse tipo de problema”.
Para Sabrina Alcídia Gerner, estudante do curso de Ação Social, o evento proporcionou uma excelente experiência. “É importante acompanhar eventos desse tipo, que agregam tanto no lado profissional quanto no humano”. A estudante também deixou sua opinião sobre as informações relativas à Síndrome do Bebê Sacudido: “Não conhecia muito bem essa síndrome, mas com a palestra, entendi que com uma simples brincadeira podemos fazer mal ao bebê”.
Além da palestra, foi distribuído um folder que explica o que é a Síndrome do Bebê Sacudido, que pode levar à parada ou comprometimento respiratórios, diminuição do nível de consciência, vômito, diminuição de alimentação, dificuldades para sugar ou engolir, parada cardíaca e até morte. Em longo prazo a Síndrome do Bebê Sacudido pode acarretar problemas com visão – incluindo cegueira –, deficiência física e auditiva, paralisa cerebral, convulsões, problemas com a fala, dificuldades para levantar a cabeça, problemas anatômicos – como cabeça maior que o normal –, hemorragias intracranianas e incapacidade em focalizar ou seguir objetos, entre outros prejuízos.