A participação dos pais cobrando dos filhos as lições passadas pelos professores é um dos fatores identificados por educadores de Rio Claro para o melhor aproveitamento escolar. É o que mostra levantamento do Ministério da Educação em relação a escola Celeste Calil que melhorou o Ideb (Índice de Desenvolvimento do Ensino Básico) na comparação entre os dois mais recentes levantamentos, feitos em 2007 e 2009.
Os resultados do ano passado foram divulgados pelo Ministério da Educação e mostram o Ideb da “Celeste Calil” em 5.6, índice em 36% superior aos 4.1 obtidos no levantamento anterior. Naquela ocasião a unidade de ensino foi a única entre as escolas municipais a ficar com índice abaixo da média nacional, que em 2007 foi de 4.2.
“Utilizamos todos os recursos ao nosso alcance para, com a colaboração de professores, pais, diretores, coordenadores, assessores, conselho escolar e funcionários, reverter com êxito aquele quadro”, comenta a Secretária da Educação, Heloísa do Carmo.
A partir de reuniões com os pais e do acompanhamento dos professores, a Secretaria da Educação conseguiu identificar os pontos mais frágeis na escola Celeste Calil e adotou medidas práticas. Uma das deficiências era o baixo índice de retorno com as tarefas de casa, que passaram a ser mais cobradas e, com o apoio dos pais, passaram a ser feitas com maior regularidade.
Algumas crianças da unidade de ensino também apresentavam algum déficit de aprendizagem, o que foi corrigido com trabalho diferenciado de reforço escolar. O uso do horário inverso ao da aula foi fundamental nesse sentido, além de uma série de oficinas como as de literatura, que ajudaram os estudantes com dificuldade em língua portuguesa.
PDE Escola
Todas essas ações foram realizadas a partir do trabalho do comitê estratégico instituído pela Secretaria Municipal da Educação para acompanhar e supervisionar o Plano de Desenvolvimento da Escola (PDE – Escola) junto à escola Celeste Calil. O PDE – Escola é programa do Ministério da Educação que gerencia os planejamentos escolares para melhorar o desempenho dos alunos e das unidades de ensino a partir do incremento da organização escolar e do fortalecimento da gestão pedagógica.
Segundo Alessandra Aparecida Cain, integrante do comitê estratégico do PDE – Escola, o desenvolvimento de um plano de suporte estratégico à escola Celeste Calil foi essencial para melhorar o desempenho no Ideb. “Também desenvolvemos o Plano de Ações Financiáveis (PAF) com o qual pudemos levantar as prioridades de aplicação de recursos financeiros”, esclarece.
Segundo o comitê, os recursos utilizados especificamente para melhorar o desempenho da escola Celeste Calil foram disponibilizados pelo Programa Dinheiro Direto na Escola (PDDE), que visa auxiliar estabelecimentos escolares com o Ideb abaixo da média. “Tivemos a partir daí condições de investir na formação de professores de Língua Portuguesa e Matemática, além de estabelecer metodologias diferenciadas em sala de aula”, completa.
Também membro do comitê, Elisângela Schimonek reitera a importância da participação de toda a equipe escolar para a efetivação do trabalho desenvolvido na escola Celeste Calil. “Esse comprometimento, aliado a decisiva participação das famílias, resultou na melhoria do Ideb dessa unidade de ensino”, frisa.
Jeferson Mello Souza, por sua vez, salienta que a finalidade do Ideb é apontar a evolução das escolas, e não estabelecer um ranking entre municípios e entre as unidades entre si. “Não é uma competição, e sim mais um instrumento para as escolas poderem melhorar a partir de bases concretas”, explica Mello, que também faz parte do comitê estratégico que supervisiona o PDE – Escola.
Segundo o comitê, o resultado do Ideb é influenciado por fatores como a realidade local, aprovação, retenção e evasão escolar, envolvimento dos familiares na vida escolar dos estudantes, e formação inicial e continuada dos professores, entre outros.