O espetáculo teatral “O incrível homem pelo avesso”, do Grupo Contadores de Mentira, será encenado no sábado (14) às 19 horas na escola Marcelo Schmidt. A entrada é gratuita. O evento está inserido nas comemorações do aniversário de 187 anos de Rio Claro.
O espetáculo narra a história da guerra de Canudos e celebra o Mito Popular de Antônio Conselheiro por meio de um festejo que leva o público para uma encenação teatral e depois disso, para um cortejo. O público seguirá os passos de vários Antônios Conselheiros e principalmente dos conselheiristas, que foram responsáveis pela construção da sociedade de Canudos.
Para a realização da peça o grupo Contadores de Mentiras adentrou na história do Brasil por um caminho contrário à ótica militar de “Os Sertões”, de Euclides da Cunha. “Fomos contaminamos por figuras como Pajeú (criador da escola do ódio, Jardelina que cuidava das mulheres), Ana do Bom Jesus (Que sentia o “gozo” da fé), Beatinho (Que organiza os fiéis), (João Abade, o prefeito de Canudos), Vila Nova (O mascate), Macambira (O estrategista), entre tantos outros sertanejos históricos que serviram de base para construção dramatúrgica deste projeto”, descreve o grupo.
O Grupo Contadores de Mentira atua desde 1995 como associação, grupo de teatro, Mídia Livre, Brincante, como cortejo, luta, resistência, articulação em rede, articulação com a comunidade e outros coletivos, entendendo que um projeto pode ser muito maior que um espetáculo isolado.
A escola Marcelo Schmidt fica na Rua 5 esquina com a Avenida 1, Centro.
Sinopse
Uma epopeia, uma festa, uma celebração, uma procissão, uma feira, um banquete, um outro lugar. A proposta deste projeto é profana e também religiosa. Profana no sentido de trabalhar o mito e torná-lo festivo e grotesco. Religiosa no sentido de agregar os valores que uniram aquele povo para uma crença cega para uma luta que culminou no massacre. O Grupo Contadores de Mentira assume seus “brincantes” e percorre partes deste espetáculo como um circo rural, e, antes disso, recebe as pessoas através de uma feira. São oferecidos cachaça, comida, pipoca, doces e mostrados seus relicários.
Uma “procissão” revela os apóstolos de Conselheiro. A “Guerra” é um banquete oferecido ao público com comida preparada durante a encenação onde são narradas as expedições contra Canudos através da comida. Mais de 25.000 pessoas foram dizimadas em Canudos pela República do Brasil e a celebração aqui é também dolorosa. Por fim o festejo de maracatu traz o alagamento que escondeu a história do Brasil sob rio Vaza Barris. (Fonte: www.contadoresdementira.com.br)