Os casos de dengue estão aumentando entre a população jovem com menos de 15 anos, por isso o Ministério da Saúde já teme que a dengue se torne uma doença infantil, como aconteceu no sudeste asiático.
Segundo o Ministério da Saúde, os dados mostram que até 2007 as crianças pouco apresentavam a doença, e hoje a média passou de uma criança para cada quatro adultos.
Essa migração da ocorrência do vírus aconteceu porque depois que a pessoa é picada, ela fica imune ao vírus que a contaminou. Como são quatro os tipos de vírus, após sucessivas epidemias a população adulta vai ficando protegida e as crianças viram alvos mais fáceis.
No Estado de São Paulo esta é a maior epidemia já registrada, com 158.000 casos confirmados. Segundo dados oficiais, 98 pessoas foram a óbito no estado, sendo que 50 delas só na baixada santista, região que tem mais da metade das mortes por dengue no Estado, de janeiro a maio deste ano.
O município de Rio Claro viveu no ano de 2007 sua maior epidemia com 1649 casos. Em 2008 foram 151 casos e, em 2009, apenas 07 casos. “Conforme a sazonalidade da doença, é esperado que uma nova epidemia ocorra a cada quatro anos, portanto temos que manter as ações preventivas continuamente, pois, no verão 2010/2011, sabidamente teremos aumento do numero de casos”, afirma a enfermeira Ivana Freschi de Souza, coordenadora da Vigilância Epidemiológica de Rio Claro.
Ivana destaca ainda que “neste ano verificamos que o mosquito transmissor da doença está se adaptando ao clima frio e seco” e que “não houve, até o momento, interrupção da transmissão da doença e o último caso positivo teve como data dos primeiros sintomas o dia 1º. de julho”.
A Fundação Municipal de Saúde alerta que as ações para se evitar a epidemia dependem de cada cidadão, com orientação do serviço público e ações de controle do município. “O que precisamos é estar em alerta constantemente e realizar a suspeita da doença precocemente, além de instituir protocolo de acompanhamento da doença, realizar a sorologia para todos os suspeitos e consequentemente evitar os óbitos de dengue”, afirma Ivana.
O município tem promovido a integração dos pronto-socorros, com a Vigilância Epidemiológica e Centro de Controle de Zoonoses a fim de garantir a qualidade do atendimento aos rio-clarenses com suspeita de dengue.
Dois telefones estão à disposição do público: o 3522-3605 para esclarecer dúvidas sobre a doença e o 3535-4441 para informar sobre as medidas preventivas de combate ao Aedes aegypti, mosquito transmissor da dengue.
Conforme levantamento feito no início de julho de Rio Claro está entre os municípios paulistas que mais registraram casos de dengue: Praia Grande – 3.002; Ribeirão Preto – 22.170; Araçatuba – 9.367; Santos – 7680; São Vicente – 3.915; Cubatão – 1.580; Araraquara -1.215; Leme – 559; Rio Claro – 522; Guarujá – 8.048; Piracicaba – 498; São José do Rio Preto – 11.185; e Araras – 234 casos.