Além de superar a meta inicial de intervenções, o Centro Cirúrgico do Centro de Controle de Zoonoses de Rio Claro está tendo boa repercussão entre a comunidade. Maria Simone Dias, residente no Jardim Bonsucesso, que utilizou os serviços do centro cirúrgico em seus animais de estimação, aprovou o atendimento. “Achei ótimo. Eles vieram até minha casa, levaram minhas três cadelas para a castração e depois as trouxeram de volta, já castradas. Fizeram um trabalho excelente”, conta. Para ela, o atendimento é muito importante para a cidade. “Quando o animal é ainda um filhotinho, todo mundo acha lindo e quer ter um, mas depois que o cachorrinho cresce, muita gente abandona na rua”, lamenta.
O centro cirúrgico realiza, gratuitamente, a castração de cães e gatos, priorizando animais cujos donos não dispõem de recursos para pagar essa cirurgia em clínicas particulares. O objetivo da castração é evitar que os animais procriem descontroladamente e que fiquem perambulando pelas ruas, sem cuidados básicos, sujeitos a todo tipo de riscos.
Em funcionamento desde 15 de abril, o centro cirúrgico tinha, então, a meta realizar 100 castrações por mês. Transcorridos apenas dois meses, contudo, mais de 370 desses procedimentos foram feitos. Trata-se, portanto, de uma intervenção absolutamente necessária dentro do propósito de reduzir a presença de animais soltos e abandonados nas ruas, situação que também repercute na diminuição do número de transmissores de zoonoses, considerando que lei estadual veta ao CCZ a tarefa de recolher estes animais nas ruas.
A posse responsável desses animais é enfatizada pelo CCZ, que procura orientar a população sobre cuidados essenciais que se deve ter em relação aos bichos. “Quem gosta e quer ter cães e gatos em casa, deve assumir responsabilidades com eles, providenciando boas condições de higiene, vacinação, alimentação e carinho, mantendo-os longe das ruas, exercitando-os regularmente”, explica Márcia Borges Machado, médica infectologista e diretora municipal de Medicina Preventiva.
O trabalho de castração e o incentivo à posse responsável de animais são apenas dois exemplos do trabalho do CCZ, setor da Fundação Municipal de Saúde de Rio Claro que é referência também para os municípios de Santa Gertrudes, Cordeirópolis, Corumbataí, Analândia e Ipeúna, e que exerce função importantíssima na estrutura da saúde pública local e regional, já que é responsável pela execução de diversos programas e projetos.
Entre os programas e projetos sob sua responsabilidade direta destacam-se a prevenção e controle de doenças como a raiva humana e animal, dengue, leishmaniose visceral e tegumentar, leptospirose. O CCZ também avança na análise e classificação de animais peçonhentos – grupo que inclui serpentes, aranhas, escorpiões e caramujos.
O trabalho do CCZ valoriza também a questão educacional. Para isso, o centro mantém em atividade o Programa de Informação, Educação e Comunicação (IEC), que se aplica na realização de palestras em empresas, associações, escolas. Nessas ocasiões, a equipe do IEC fornece informações didáticas sobre o atendimento disponibilizado, orienta sobre a prevenção das doenças transmitidas por animais e pede que os participantes multipliquem essas informações junto aos familiares, vizinhos, colegas e amigos, difundindo práticas geralmente simples que, no entanto, são vitais à saúde.
“A comunicação direta com a população tem um efeito prático consistente, ajuda a identificar o que deve ser realçado, o que suscita mais dúvidas e permite, enfim, que possamos tratar adequadamente a informação a ser repassada ao público para obter um resultado superior relativamente à conscientização das pessoas”, afirma Josiel Hebling, coordenador do CCZ. Para ter acesso às palestras, não há burocracia. “O interessado só precisa entrar em contato conosco e fazer a solicitação”, acrescenta. O agendamento das palestras pode ser feito pelos telefones 3535-4441 e 3527-0309 ou, ainda, por email, no endereço eletrônico ccz.rioclaro@gmail.com.
Dengue
As atividades coordenadas pelo CCZ adquirem caráter mais significativo em ações como as de combate a dengue, que requerem a estruturação de um leque de estratégias que procuram manter a comunidade mobilizada e monitorar e agir rapidamente para minimizar os eventuais avanços da doença no município. As ações referidas vão desde as visitas domiciliares periódicas, de casa em casa, ao controle dos pontos estratégicos e imóveis especiais (borracharias, por exemplo) e realização de arrastões, que têm a finalidade de eliminar os criadouros do mosquito Aedes aegypti nas regiões de maior incidência de casos confirmados de dengue. Aplicação de larvicida em criadouros e de inseticida onde e quando for necessário, bem como a coleta e análise de mosquito para acompanhamento da densidade larvária em locais diversos também estão agregadas às responsabilidades do CCZ, que ainda se concentra nas atividades do Comitê Municipal de Combate à dengue.
Já o Programa de prevenção e controle da raiva humana e animal se fixa, principalmente, na vacinação de cães e gatos em campanhas anuais que têm atingido as metas estabelecidas. O recolhimento e identificação parcial de morcegos, com vistas à prevenção e controle da raiva nesses animais e o envio de amostras de cães e gatos para exames no Instituto Pasteur, também para o monitoramento do vírus da raiva no município, estão entre os procedimentos realizados pelo CCZ.