No Dia Internacional da Luta Contra as Hepatites Virais, determinado pela Organização Mundial de Saúde como sendo 28 de julho, portanto, nesta terça-feira, o município de Rio Claro se sobressai em ações de prevenção e tratamento, uma vez que disponibiliza o Serviço Especializado de Prevenção e Assistência (Sepa), da Fundação Municipal de Saúde; e suas ações permanentes.
O Sepa é o programa responsável pelo enfrentamento das Hepatites Virais e HIV/Aids. Sua atuação está fundamentada na necessidade de diminuir a vulnerabilidade da população do município e microrregião em adquirir doenças sexualmente transmissíveis; buscar a melhoria da qualidade das pessoas afetadas e reduzir o preconceito, a discriminação e os impactos sociais negativos dessas doenças, por intermédio de políticas públicas pautadas pela ética, compromisso com a promoção da saúde e da cidadania em consonância com os princípios do SUS.
“Uma das ações fundamentais do serviço prestado à área de saúde pública é a campanha permanente para triagem e diagnóstico das Hepatites, com a realização de teste rápido disponível em todas as unidades de saúde do município, bem como realização de campanhas extramuros em locais de maior vulnerabilidade, através das ações do CTA Itinerante também com uso de teste rápido, o que facilita o acesso de toda população”, informa a coordenadora Neide Outeiro Pinto.
Atualmente o Serviço Especializado de Prevenção e Assistência da Fundação Municipal de Saúde de Rio Claro assiste 669 pacientes com Hepatite C e 219 pacientes com Hepatite B. Estima-se pelo menos 400 milhões de pessoas infectadas cronicamente pelos vírus das Hepatites B e C no mundo.
As hepatites virais crônicas, inicialmente silenciosas, demoram vários anos para desenvolver complicações. Acredita-se que 57% dos casos de cirrose hepática e 78% dos casos de câncer hepático estão diretamente relacionados aos vírus de hepatite B e C. Por fim são estimados 1,5 milhões de mortes relacionadas às hepatites virais.
Realizar o diagnóstico precoce das hepatites é um dos principais determinantes para evitar a transmissão e progressão da doença e suas conseqüências. Os testes para diagnóstico das Hepatites estão disponíveis em toda a rede do Sistema Único de Saúde (SUS).
Grupos de maior risco
Apesar de todos estarem vulneráveis a contrair Hepatites Virais, algumas populações apresentam uma exposição maior e um risco aumentado em relação à população geral:
• Pessoas com doenças sexualmente transmissíveis (DST);
• Militares Policiais e Profissionais do sistema carcerário;
• Coletores de lixo hospitalar e domiciliar;
• Comunicantes sexuais de portadores de hepatite B e C;
• Doadores de sangue;
• Lésbicas, gays, bissexuais, travestis e transexuais;
• Pessoas institucionalizadas;
• Manicures, pedicures e podólogos;
• Populações de assentamentos e acampamentos;
• Populações indígenas;
• Receptores de transfusão de sangue (principalmente previas a 1992);
• Profissionais do sexo;
• Usuários de drogas ilícitas
• Caminhoneiros.
Prevenção
Existem várias medidas que podem evitar a transmissão das hepatites virais:
· Usar preservativo em todas as relações sexuais;
· Exigir materiais esterilizados ou descartáveis em estúdios de tatuagem e de piercings;
· Não compartilhar instrumentos de manicure e pedicure;
· Não usar lâminas de barbear ou de depilar de outras pessoas;
· Não compartilhar agulhas, seringas e equipamentos para drogas inaladas.
Vacinação
Não existe ainda vacina contra a Hepatite C. A vacina contra a hepatite B deve ser recomendada para todas as pessoas até 49 anos de idade e para as populações vulneráveis (em especial, profissionais do sexo, homens que fazem sexo com homens e usuários de drogas) e para profissionais e estudantes de saúde independente da idade. Essa vacina faz parte do calendário de vacinação da criança e do adolescente e está disponível em todas as salas de vacina do Sistema Único de Saúde (SUS).
Tratamento gratuito
Brasileiros passarão a contar, ainda este ano, com um dos tratamentos para hepatite C mais inovadores disponíveis no mundo. A Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias no Sistema Único de Saúde (Conitec) decidiu, por unanimidade, recomendar que esses medicamentos passem a ser utilizados no SUS.
O novo tratamento, composto pelos medicamentos daclatasvir, sofosbuvir e simeprevir, tem uma taxa de cura de 90%, significativamente maior que todos os tratamentos utilizados até o momento, e duração de 12 semanas, contra as 48 semanas de duração da terapia anterior. Outra vantagem é que todo o tratamento é oral, dando mais qualidade de vida e conforto ao paciente.
Os pacientes com hepatite C crônica poderão ter acesso à medicação, que será adquirida de maneira centralizada pelo Ministério da Saúde para a distribuição aos estados, até o final do ano. O Brasil é um dos primeiros países a adotar essa nova tecnologia na rede pública de saúde, com acesso universal e gratuito.