Membros do Programa Descentralizado de Cooperação Brasil-Itália que vem sendo desenvolvido na região centro-paulista, com a participação dos municípios de Rio Claro, São Carlos, Araraquara, Itirapina, Ribeirão Bonito e Descalvado, estiveram na terça-feira, 8, reunidos com o prefeito Du Altimari, a vice-prefeita Olga Salomão e o secretário municipal de Agricultura, Abastecimento e Silvicultura, Carlos Alberto Teixeira De Lucca.
O encontro teve a função de atualizar os governantes rio-clarenses com as mais recentes ações desencadeadas pelo programa. A comitiva que esteve em Rio Claro foi integrada por representantes da Unesp de Araraquara: Helena Carvalho De Lorenzo, docente pesquisadora do Departamento de Administração Pública e do mestrado em Desenvolvimento Regional da Uniara; Sérgio Azevedo Fonseca, professor doutor também do Departamento de Administração Pública da instituição e Ricardo Bonotto , pesquisador do Sistema Integrado de Respostas Técnicas (SIRT) daquela universidade. Charles Bonani, assessor da Secretaria de Governo de Araraquara acompanhou a comitiva visitante.
Segundo Helena, um longo estudo realizado pelos desenvolvedores do programa de cooperação apontou que no centro-paulista prevalecia uma acentuada demanda pela capacitação verificada junto ao pequeno produtor familiar rural. Estima-se que 400 deles estejam diretamente envolvidos no programa e que, em alguma medida, possam ser também multiplicadores das ações das quais serão os beneficiários, informou Sérgio Fonseca.
O diagnóstico que deu um foco para a atuação do programa nos seis municípios que integram o projeto na região apontou que a capacitação para o pequeno produtor familiar rural é de extrema importância para retirar este segmento de uma situação quase sem perspectivas de crescimento caso se mantenha o modelo atual de produção, gestão e até mesmo de integração entre essas forças produtivas.
O que se observa é um vazio, “muitas carências que precisam ser supridas com informações e orientações que possam resultar num nível superior de organização desses produtores”, atesta a pesquisadora Helena. Nos próximos seis ou sete meses esse panorama visto hoje deve apresentar melhoras, obtendo-se resultados mais palpáveis das ações de capacitação já que o público-alvo do projeto está definido e vem sendo trabalhado com este propósito. Os pesquisadores, no entanto, ressalvam que a execução do projeto e seus resultados futuros dependem, em grande parte, de políticas públicas dos governos municipais que reconheçam e validem a importância de tais ações.
A região centro-paulista foi uma das primeiras a firmar o convênio do Programa Descentralizado de Cooperação Brasil-Itália, aqui denominado “Brasil Próximo”. Isto ocorreu em 2009 e tem a chancela do governo brasileiro, que instalou naquele mesmo ano a Comissão Intersetorial para gerir o programa. O processo que antecedeu a criação do programa caracterizou-se pela integração de experiências de cooperação dos estados da Itália central: Umbria, Marche, Toscana, Emilia-Romagna e Liguria.
O secretário De Lucca lembrou que o governo municipal de Rio Claro “reestruturou o Conselho de Desenvolvimento Rural logo nos primeiros meses da atual administração”. Em 2010, essa reorganização teve efeitos práticos, convergindo para a organização dos produtores numa cooperativa, com a inscrição dos associados no Programa de Aquisição de Alimentos (PAA) e da Merenda Escolar. “Estamos somando esforços, é um desafio que todos estamos incorporando”, afirmou o secretário. Há poucas semanas, a prefeitura também inaugurou na sede da secretaria de Agricultura uma Central de Recebimento e Distribuição de Produtos Agropecuários, disse o prefeito Du Altimari, que tem sido um aliado dessa reformulação em prol da produtividade, competitividade e geração de renda para o pequeno produtor rural. Nosso município está alinhado com as diretrizes do programa Brasil-Itália e isso facilita muito o diálogo, concluiu a vice-prefeita Olga Salomão.