A prefeitura de Rio Claro trabalha nesta segunda-feira, 10, na terraplenagem da área onde será construída uma Base Comunitária de Segurança, no Jardim São Paulo, contemplando também o Jardim Mirassol e bairros adjacentes. O terreno escolhido fica na Avenida 8, proximidades da Rua 23. A construção terá 60 metros quadrados, com área ampla para estacionamento.
Reivindicada pela comunidade daquela região, especialmente por moradores dos jardins São Paulo e Mirassol, que se mobilizaram e levaram o pleito ao prefeito Du Altimari e ao secretário municipal de Segurança e Defesa Civil, José Gustavo Viegas Carneiro, a base será operacionalizada pela Guarda Civil Municipal. Os moradores se encarregaram de apresentar a reivindicação já com um trunfo nas mãos: o material de construção a ser utilizado na obra foi adquirido pela comunidade, com a ajuda de empresários e outros colaboradores. Ao município, portanto, caberá garantir a construção, equipamentos, efetivos e viaturas.
O prefeito Du Altimari justifica a obra no local argumentando que a região ocupa “uma posição estratégica” para receber uma base de segurança. Segundo ele, isso vai “dinamizar o atendimento às ocorrências naquela parte da cidade, permitirá o acionamento rápido de policiais e viaturas e vai encurtar o tempo entre as chamadas e a presença efetiva das equipes da Guarda Municipal”.
O canteiro de obras que está sendo montado na área escolhida já chama a atenção de moradores nas vizinhanças do local. “Felizmente, ainda não entrei nas estatísticas de assaltos, mas essa região é muito visada pelos bandidos”, explica Edilson Ribeiro, 36 anos, dono de uma oficina a poucos metros da futura base. “Tenho a empresa há três anos e me valho de sistemas de segurança para garantir um sossego relativo”, diz. Ribeiro, porém, está certo de que com o funcionamento da unidade de segurança na área, a “violência será reduzida, porque a presença de uma base fixa, aqui, intimidará a bandidagem”.
Eliana Exel, proprietária de um comércio de onde se pode avistar a futura base, já passou por experiências traumáticas desde que inaugurou a empresa há três anos, como Edilson. “Fui assaltada cinco vezes, sempre à luz do dia e a sensação é péssima, de impotência”, revela. Cansada de ser surpreendida, ela precisou contratar um segurança particular que cuida do prédio durante a noite, mas admite que não pode manter vigia durante o dia por impossibilidade financeira. Então, “pago para ter a proteção quando vou fechar a loja e o mantenho vigia também no período noturno”.
Mesmo tendo de garantir a segurança tirando dinheiro do próprio bolso, Edilson e Eliana não livram o Estado de responsabilidade. “É necessário que as pessoas tenham o mínimo de tranqüilidade e suporte do poder público para que não fiquemos à mercê da violência”, sustenta Eliana, com o aval do vizinho mecânico, que tem opinião muito semelhante.
Os dois, portanto, apóiam a ação da prefeitura, desenvolvida em comum acordo com os moradores daquela região. “Participei deste processo de mobilização desde o início, quando pedíamos reforços no policiamento e logo vimos que o movimento se alastrou por aqui, conquistou a simpatia de todos os moradores e acabou evoluindo para a construção de uma base”, afirma Eliana. Edilson, da mesma forma, se engajou na campanha feita no bairro e considera que foi “proveitoso o esforço coletivo daquela comunidade”.