Idosos e pessoas com deficiência têm tratamento especial nos programas habitacionais que a prefeitura de Rio Claro desenvolve com o governo federal. Das 686 moradias entregues pela administração municipal a partir de 2009 para famílias de baixa renda, em parceria com a União, 41 delas foram destinadas a este contingente da população.
Os números já incluem o Residencial Cabreúva, no Jardim Araucária, empreendimento com 80 apartamentos cujas chaves foram entregues dia 16 deste mês aos respectivos mutuários.
Conforme as regras dos programas habitacionais do governo federal e as diretrizes seguidas pela Secretaria Municipal de Habitação de Rio Claro, 3% das casas e apartamentos de cada conjunto habitacional são destinadas a famílias que têm idosos entre seus membros e uma cota também de 3% das unidades é reservada àquelas que têm pessoas com deficiência.
As configurações internas dessas moradias, em especial as reservadas às pessoas com deficiência, são diferenciadas das demais e incorporam adaptações para esses moradores. Entre os diferenciais, destacam-se as portas mais largas de acesso a todas as dependências e, no caso dos banheiros, há corrimão de apoio para o banho, lavatório e torneira rebaixadas, além do que o vaso sanitário é apropriado para cadeirantes.
A secretária municipal de Habitação, Maria José Stivalli, ressalta que essas normas garantem mais qualidade de vida para o idoso e a pessoa com deficiência. “Para terem uma vida independente e com segurança, tanto o idoso, como a pessoa cega ou o cadeirante precisam de uma estrutura física planejada especificamente para suas necessidades”, explica. “Ao residirem numa casa ou apartamento que lhes facilite essa mobilidade e acessibilidade, se sentem muito mais à vontade, confortáveis e seguros”, acrescenta a secretária.
A garantia do direito a uma moradia adaptada começa já no sorteio que indica a localização das unidades habitacionais. O sorteio prioriza os núcleos familiares que tenham idosos e pessoas com deficiência. A eles é assegurado ocupar um apartamento no pavimento térreo, ou então casas que já oferecem essa comodidade.
Ter a chance de viver com independência é meta de praticamente todas as pessoas que, por alguma razão – acidente, doença e outras causas – se viram privadas de alguns movimentos, da visão etc. Djalma Aparecido Lino, 59, é um símbolo desta persistência. Em 2004, após sofrer um acidente e, segundo ele, ter sido vítima de negligência médica, viu-se repentinamente obrigado a utilizar uma cadeira de rodas. Mas, não arrefeceu na vontade de viver e lutar. Há um ano, alistou-se, como voluntário, no Centro de Habilitação Princesa Victoria, oferecendo seus préstimos na manutenção de cadeiras de rodas e, nas horas vagas, atuando como monitor de artesanato para crianças daquela entidade.
Contemplado, ano passado, com um apartamento adaptado no térreo do Residencial Jasmim, que tem 112 unidades habitacionais e está localizado na Vila Cristina, tornou-se síndico geral do condomínio e lá reside, desde outubro de 2013, morando sozinho. “Sozinho, não; eu e Deus”, corrige Djalma, que define sua nova situação como de plena independência. “Isso nos faz crescer muito, dá um novo sentido à existência”, explica, acrescentando que o residencial abriga mais quatro pessoas que residem em unidades adaptadas. “Como eu, eles também valorizam essa independência, que nos fortalece muito como seres humanos”, conclui.