Como qualquer boa competição esportiva, que entusiasme e atraia o interesse do público, é comum que vendedores de suvenires acompanhem estes eventos, muitos deles já experientes na arte de comercializar o que produzem. O 21º Campeonato Mundial de Balonismo, que se realiza em Rio Claro até domingo, 27, não escapa à regra. Alguns destes comerciantes, já carregam uma boa bagagem neste expediente e utilizam suas técnicas artesanais para expor e vender seus produtos.
Há quem, dentre estes artesãos, que não relute em viajar e cruzar estados várias vezes durante o ano, atrás de seus consumidores, e já desenvolveu estratégias próprias para ampliar as vendas. Envio de encomendas personalizadas pelos Correios, presença da marca em sites conhecidos de artesanato, uma boa conversa, simpatia, sorriso fácil e preços que não assustem o consumidor são atributos de quem quer se dar bem neste trabalho que costuma ser árduo, cansativo, desgastante, mas, em geral, compensador.
A artesã paulista Elô Rebuá deixa as belas enseadas de Ubatuba, no litoral paulista, várias vezes por ano, principalmente de abril a setembro, quando o cronograma dos campeonatos de balonismo desloca os profissionais deste esporte para todo o território nacional. “Eu os sigo, deixo a minha casa e a praia nestes períodos, junto meus artesanatos e os acompanho por todo o Brasil”, diverte-se Elô.
Ela produz balões, que usam cabaças como matéria prima básica. “Meus fornecedores são alagoanos e há também alguns paulistas, dos municípios de Cunha e São Luís do Paraitinga”, conta. Boa prosa, de comunicação fácil e bem humorada, Elô já havia comercializado mais de 300 balões até esta terça-feira (22), com preços que variam de R$ 15,00 a R$ 150,00. São móbiles, na verdade, feitos para pendurar no teto. O processo consiste no tratamento prévio da cabaça, seguido pela aplicação de uma camada de tinta acrílica branca, que tem a função de base e, posteriormente, a pintura final, que se inspira em balões participantes dos diversos campeonatos. Um pequeno cesto preso por amarras completa as peças.
Com o estoque praticamente zerado de balõezinhos prontos, “as vendas em Rio Claro estão sendo excepcionais” – revela, a artesã já partiu para outra de suas estratégias de venda. Dedica-se, nestes dias, a produzir por encomenda, principalmente para pilotos estrangeiros, que ficaram fascinados pela arte colorida e ecológica de Elô e querem voltar para casa com um belo suvenir da competição. “Eles fornecem a foto de seus balões e eu reproduzo os desenhos e cores nas cabaças, já previamente pintadas com a base branca”, explica. Também é possível gravar nomes nas peças prontas, e, neste caso, o serviço é uma cortesia para o cliente.
Vizinhos à movimentada barraca de Elô, outros comerciantes que o público vai encontrar no espaço da Faculdade Anhanguera, reservado à coordenação geral do Mundial de Balonismo, oferecem opções de gastronomia – como a cantina da instituição – e estandes que vendem camisetas e moletons com estampas do balonismo, e cachaça artesanal produzida no município. Todos, diga-se, satisfeitos com o desempenho nas vendas.