A audiência pública convocada pela prefeitura de Rio Claro e realizada nesta sexta-feira, 13, na Câmara Municipal, aproxima o município da solução para a revitalização do Museu Histórico e Pedagógico Amador Bueno da Veiga. O governo municipal apresentou, cronologicamente, todas as ações desenvolvidas pela prefeitura antes e após o incêndio que destruiu grande parte da estrutura do prédio, em junho de 2010, e sintetizou, numa abordagem técnica, as características do projeto de recuperação daquele patrimônio, inclusive com a construção de um anexo, que melhorará a estrutura do conjunto arquitetônico para fins culturais e turísticos.
O prefeito Du Altimari assinalou que o restauro do museu já compunha a pauta de compromissos do governo municipal com a população. “Tínhamos essa meta estabelecida e quando sobreveio o incêndio, sentimo-nos todos abalados, mas perseveramos em nosso intento de devolver aquele prédio aos rio-clarenses”, disse.
Segundo Altimari, todo o trabalho de retirada dos escombros, separação e seleção das peças, além da limpeza total da área e o escoramento feito criteriosamente para preservar a integridade das paredes que restaram do incêndio “foi entregue a uma empresa reconhecidamente especializada, o Estúdio Sarasá, que se baseou nas técnicas mais modernas e apuradas para executar os serviços”.
Altimari destacou, ainda, que a ação contribuiu para reforçar a consciência dos rio-clarenses com a preservação do patrimônio histórico e destacou a mobilização de todos os setores da sociedade, da Promotoria de Habitação e Urbanismo, das secretarias municipais envolvidas e do legislativo local, que conjugaram esforços para assegurar a recuperação do museu. O prefeito notou o caráter democrático e transparente da administração, expresso na audiência pública realizada nesta sexta-feira, em que o cidadão assume posição na definição dos projetos que vão beneficiar a cidade.
No mesmo tom, a vice-prefeita Olga Salomão chancelou o trabalho realizado pela equipe da prefeitura e pelos técnicos da empresa contratada para executar os serviços que culminaram, nesta sexta-feira, com a apreciação do projeto que colocará de pé o museu, ampliando – inclusive – a área construída com a adição do anexo. “É um bom momento para a cidadania, para a cultura da cidade”, avaliou.
Os vereadores Sérgio Desiderá, Maria do Carmo Guilherme e Julinho Lopes que também participaram da audiência valorizaram a conquista. Desiderá lembrou que os recursos, no montante de quase R$ 4 milhões, que serão utilizados na execução do projeto, foram obtidos no Ministério do Turismo. O vereador citou a intervenção do deputado federal Ricardo Berzoini nas tratativas que resultaram na liberação da verba. Maria do Carmo, por sua vez, aludiu à atitude do governo municipal de concretizar o sonho da comunidade em ter um museu ativo, que faz jus à memória do município. “Mas isso é conseqüência do trabalho conjunto, que realmente possibilita vitórias”, observou.
“Estamos felizes, entendemos que a revitalização do nosso museu vem ao encontro do clamor da sociedade”, acentuou o promotor Gilberto Porto Camargo que foi chamado para compor a mesa de autoridades na abertura da audiência pública.
As abordagens técnicas que relataram todo o trabalho aplicado no museu até a apresentação do projeto que vai dar forma ao prédio revitalizado e acrescido de um novo espaço foram reservadas aos especialistas. A equipe foi anunciada pela diretora do Patrimônio Histórico e Cultural da Secretaria de Cultura de Rio Claro, Marizilda Couto Campos, que esteve presente em cada momento do processo. Antonio Luiz Ramos Sarasá Martin, responsável do Estúdio Sarasá, detalhou as ações, sublinhou o criterioso e dedicado trabalho realizado, que em boa parte foi exclusivamente manual. A arqueóloga Paula Nishida deu números e detalhes dos procedimentos para separar e selecionar o que havia em meios aos escombros, enquanto a arquiteta Cássia Regina de Carvalho Magaldi privilegiou em sua abordagem os rigorosos estudos desenvolvidos até que se chegasse ao projeto de recuperação do prédio e da nova ala.