Em conjunto com a Cooperativa dos Coletores de Resíduos Sólidos de Rio Claro, a Prefeitura deverá equacionar em grande parte, ainda neste
primeiro semestre, o crônico problema de entulhos da construção civil
gerado no município. Parte dessa solução foi decidida nesta
segunda-feira,13, durante reunião realizada entre as partes no Paço
Municipal. Participaram do diálogo o prefeito Du Altimari, a diretora
de Resíduos Sólidos da Secretaria de Planejamento, Desenvolvimento e
Meio Ambiente (Sepladema), Regina Ferreira, os diretores da
cooperativa, Elton Heber dos Santos, Mauro Guedes e José Alípio Occik,
bem como outros três membros da entidade.
Pelo acordo, que deverá ser formalizado juridicamente nas próximas
semanas, a Prefeitura disponibilizará à cooperativa um terreno de um
hectare, aproximadamente, da área de mais de 400 mil metros quadrados adquirida recentemente pelo município, ao lado do Aterro Sanitário. No terreno, a cooperativa vai implantar uma estação de transbordo para receber e fazer a triagem de entulhos da construção civil gerados diariamente na cidade. Nove empresários do setor de caçambas já integram a associação, o que corresponde à maioria absoluta dos que se dedicam a esta atividade em Rio Claro. Outros três empresários, no entanto, já manifestaram desejo de ingressar na cooperativa e deverão fazê-lo proximamente.
A estação de transbordo estará apta a receber as mais de 140 toneladas de entulhos da construção que as empresas operadoras de caçambas recolhem diariamente no município, quantidade equivalente a mais de 70% das 200 toneladas desses entulhos geradas por dia em Rio Claro.
Dessas 140 toneladas coletadas, 95% do material é aproveitável,
resultando, após a triagem, em 60% de entulhos limpos e 40% de
recicláveis, onde se destacam metais, plásticos e madeiras. No caso,
do entulho limpo (sobras de concreto, tijolos, revestimentos cerâmicos
etc.) a cooperativa se propõe a doar este material para uso da
prefeitura, que poderá emprega-lo na melhoria das estradas rurais,
erosões e até mesmo como base para a pavimentação asfáltica. A
cooperativa deverá comercializar os demais materiais que permitem
reciclagem.
Com a operacionalização da estação de transbordo da cooperativa, a
prefeitura visualiza a possibilidade de concretizar a meta de ter uma
cidade limpa. Isso porque o município já vem trabalhando para eliminar
da paisagem os bolsões de lixo que se acumulam em alguns pontos da
área urbana. “Bons exemplos disso são as obras viárias e a implantação
da Cidade Judiciária, nas imediações da Unesp, e os projetos
habitacionais que estão em andamento ou em vias de serem iniciados,
tendo como consequência a urbanização dessas áreas que ainda coabitam com esses lixões indesejáveis”, explica o prefeito Du Altimari.
“Conforme a urbanização preenche essas regiões, os bolsões de lixo
tendem a desaparecer, razão pela qual o trabalho parceiro da
cooperativa que vocês criaram terá um papel fundamental neste
contexto” acrescentou o Prefeito, manifestando sua confiança no
trabalho que será desenvolvido pelos cooperados com o funcionamento da estação de transbordo.
As discussões iniciais dos empresários do setor de caçambas com a
Prefeitura começou em 2009, já no início da atual administração,
confirmou o presidente da cooperativa, Elton Heber dos Santos. O
diretor José Alípio Occik destacou que os entendimentos, que
culminaram com a criação da cooperativa, há dois anos, foram marcados pela “cordialidade e disposição do governo municipal em identificar a extensão do problema causado pelos entulhos na cidade, analisar a melhor forma de gerir a situação e unir forças para viabilizar uma solução”. Occik afirmou, ainda, que esse “canal de diálogo dos
empresários do setor com a prefeitura foi vital para o avanço das
discussões, pois antes disso não tivemos essa abertura”.
O prefeito Du Altimari sublinhou na ocasião que os vereadores Raquel
Picelli, Maria do Carmo Guilherme, Sérgio Desiderá e Julinho Lopes
deram sua contribuição ao debate, inclusive fomentando o diálogo
inicial que fez avançar as negociações para a estruturação da
cooperativa e a decisão de se montar uma estação de transbordo.