Os gestores da Feena – Floresta Estadual Edmundo Navarro de Andrade – receberam nesta quarta-feira, 23, os equipamentos adquiridos com recursos do Ministério da Agricultura e Pecuária mais a contrapartida do município para a viabilização do projeto que vai identificar, localizar e efetuar o emplacamento de eucaliptos históricos dentro de um projeto amplo denominado Banco de Germoplasma.
A lista dos equipamentos que serão utilizados no trabalho inclui computador, impressora, câmera fotográfica, dois GPSs, dois pares de radiocomunicadores, sutas mecânicas utilizadas para medir ângulos das árvores e um mensurador equipado com radar que mede a altura dos eucaliptos.
O recebimento dos equipamentos reuniu o secretário de Planejamento, Desenvolvimento e Meio Ambiente (Sepladema) Milton Machado Luz, os coordenadores do projeto citado, engenheiro ambiental Rafael José Camarinho e engenheiro agrônomo Gabriel Castellano, bem como o gestor da Feena, Antonio Pontalti. Na ocasião, o representante da Ecoassociação para Estudos do Ambiente, Ricardo Magalhães, fez o repasse dos equipamentos. A entidade é uma Oscip, sigla que define uma organização da sociedade civil de interesse público.
Os trabalhos já estão em andamento, inclusive com empresa contratada para efetuar a pesquisa de campo, que identificará, localizará e colocará placas nos exemplares de eucaliptos que compõem a chamada trilha da coleção, em talhões e linhas. Estima-se que 5.000 eucaliptos serão catalogados durante os sete meses de duração da fase de coleta de informações, pouco mais da metade do prazo total de 12 meses dado para a conclusão do trabalho, quando se terão em mãos os resultados estatísticos finalizados.
O material, por sua vez, vai alimentar um banco de dados que deverá gerar um catálogo impresso, a confecção de um website e folder, destacando-se, ainda, que os estudos realizados servirão para orientar a elaboração de um novo plano de manejo da Feena, o que deve ser feito, obrigatoriamente, em intervalos de cinco anos.
Os recursos endereçados ao projeto somam R$ 175,3 mil. A maior parte vem do governo federal, R$ 160 mil, aproximadamente, e o município participa com a contrapartida de R$ 15,2 mil. Quanto aos equipamentos adquiridos, serão todos incorporados ao patrimônio da diretoria de manejo da floresta, vinculada à Sepladema, após a conclusão do mapeamento-inventário.
“Importa é que ao término dos trabalhos teremos informações precisas sobre os eucaliptos” observa o engenheiro Rafael. Ele aponta que o último estudo, feito em 1990, pela então Fepasa, restou inconcluso. “Há que se considerar também que, desde aquela época, houve mudanças de classificação das espécies e os novos estudos vão atualizar essas alterações” nota o engenheiro Gabriel.
“A imensidão da Floresta Estadual, seu valor histórico, cultural e científico são evidentes e a população rio-clarense sempre assimilou esses valores” afirma o secretário Milton Luz. “No entanto, o panorama começou a mudar a partir de 2009, quando o governo municipal pleiteou e obteve, junto ao Estado, o convênio que permite ao município cuidar da Feena no regime de cogestão, inclusive criando, posteriormente, uma diretoria específica de manejo da floresta na estrutura organizacional da Sepladema”.
O incremento do turismo, o crescente interesse dos pesquisadores pela reserva e a contribuição que a Feena pode dar à ciência, com a retaguarda das universidades e empresas da região ainda permanecem o foco essencial desses investimentos, constata Rafael.
Segundo o secretário Milton, nesses poucos mais de dois anos contados a partir da assinatura do convênio de cogestão, já foi possível construir nova ponte sobre o córrego Lavapés, logo na entrada da floresta, iniciar o processo de despoluição do Ribeirão Claro, com a construção de novoc trechos de galerias e recuperação de outros, o que permitiu eliminar definitivamente o despejo de esgoto naquele curso d’água. O auditório da Feena também recebeu melhorias no período, entre várias outras ações realizadas.