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28 de maio de 2011 Sem categoria

Feena tem apoio do setor privado para combater incêndios

As trilhas e estradas que circundam ou atravessam, em várias direções, os mais de dois mil e duzentos hectares da Floresta Estadual Edmundo Navarro de Andrade (Feena) são também aceiros naturais para a defesa daquela reserva ambiental contra incêndios. O fogo, afinal, já produziu estragos ao longo da centenária história da floresta, a qual os rio-clarenses ainda preferem chamar, carinhosamente, de “Horto”. Em 2007, com ímpeto bem mais destrutivo, e, pouco depois, em 2008, com efeitos menos violentos, as chamas consumiram 200 hectares daquela imensa área.

Desde 2010, todavia, convênio tripartite subscrito pela prefeitura de Rio Claro, Fundação Florestal e Usina São Martinho, representada pela União das Indústrias Canavieiras (Única), possibilita a prevenção e combate a eventuais incêndios que possam ocorrer na reserva. “A usina nos auxilia no monitoramento, assume a manutenção anual dos aceiros, que precisam ser limpos para permitir o acesso de socorro em qualquer ponto da floresta e também disponibiliza os carros pipas e funcionários para o combate às chamas”, explica Rodrigo Campanha, engenheiro agrônomo e gerente de conservação ambiental do interior da Fundação Florestal, que é vinculada à Secretaria de Meio Ambiente do Estado de São Paulo. Campanha, a propósito, é apontado como principal articulador nas negociações que evoluíram para a formalização do convênio.

No ano passado, mais ou menos por essa época, a Usina São Martinho já havia realizado a limpeza dos aceiros num extensão de 50 km, aproximadamente, extensão que corresponde ao perímetro externo e interno da Feena. Na ocasião, a empresa executou o serviço por meio de um acordo verbal com a administração da floresta, que desde 2009, por iniciativa do governo municipal de Rio Claro, é feita em regime de gestão compartilhada com a Fundação Florestal/Secretaria de Meio Ambiente do Estado de São Paulo. O trabalho se repete este ano, agora sustentado por convênio assinado em agosto de 2010. “O custo deste serviço, em 2011, assumido pela usina, ficou em torno de R$ 400 mil, e evidencia a economia que a administração da floresta tem e terá ficando desonerada dessas despesas com a ajuda do setor privado”, lembra Campanha.

A limpeza dos aceiros mobiliza motoniveladora, tratores de esteira e operadores cedidos pela Usina São Martinho. E é realizada justamente no período inicial de estiagem, como agora. “O trabalho foi iniciado há poucos dias e deve perdurar por uma semana, se tanto”, confirma o também agrônomo José Luiz Timoni, diretor do departamento de manejo da Secretaria de Planejamento, Desenvolvimento e Meio Ambiente de Rio Claro (Sepladema), setor criado recentemente no organograma daquela pasta municipal justamente para operacionalizar o sistema de cogestão da Feena, em parceria com a Fundação Florestal.

“O importante nesta parceria é que diante de uma emergência, ou seja, numa situação real de incêndio na floresta, todas as providências para combater o fogo e evitar o avanço das chamas poderão ser acionadas com rapidez”, lembra o agrônomo Campanha. “Este suporte nos dá muita segurança, é fundamental para administrar uma área florestal tão importante e valiosa como esta” autentica o técnico em recursos ambientais Antonio Pontalti.

Com mais de 300 mil árvores de, no mínimo, 16 espécies, em que se sobressaem os eucaliptos, número que chega a mais de 200 espécies se relacionadas as espécies nativas e outras que convivem na reserva, a Feena concentra, ainda, área construída estimada em 86 mil metros quadrados. Ali, o ar que se respira rescende a historia, e até mesmo a temperatura no interior do floresta demonstra o quanto um patrimônio ambiental como aquele tem tão grande impacto no clima. Em relação ao centro da cidade, por exemplo, as temperaturas mantêm-se, em média, quatro graus mais baixas, mas se registram picos de até nove graus. E as mudanças que procuram revitalizar aquele espaço são visíveis nos últimos dois anos. Na próxima segunda-feira, 30, neste contexto, a prefeitura e Fundação Florestal formalizam acordo com Sesi e Senai para ofertar curso de marceneiro, que será viabilizado nas instalações da Feena. “Os planos são muitos, estão amadurecendo, serão gradativamente viabilizados, há muita energia boa que trabalha pela saúde da floresta estadual”, conclui Timoni.

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