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25 de março de 2013 Sem categoria

Rio Claro lamenta morte de João de Scantimburgo que doou acervo de 25 mil livros ao município

O jornalista e escritor João de Scantimburgo, que faleceu nesta sexta-feira, 22, em São Paulo, aos 97 anos, teve seu passamento especialmente lamentado em Rio Claro, cidade que o acolheu durante longo tempo, da infância à juventude e também na vida adulta. “Estivemos com ele em 2009, em sua residência na Avenida 9 de Julho, em São Paulo, e naquele momento ele já tinha sua saúde visivelmente abalada”, disse o prefeito Du Altimari. “Naquela oportunidade, ele formalizou sua vontade de doar sua biblioteca para o município de Rio Claro, gesto que nos tocou, a todos, profundamente”, lembrou o prefeito.

Segundo o prefeito, Scantimburgo “era um homem extremamente culto, de estilo refinado, educação primorosa, hábil na escrita, politicamente bem articulado, uma dessas pessoas raras, que conquista facilmente o interlocutor”.  “Sua perda abre uma grande lacuna no mundo literário, na vida política de São Paulo, no coração de seus milhares de leitores que ao longo de várias décadas puderam apreciar os diversos livros que lançou”, lamentou Altimari.

Em vida, Scantimburgo desejou que os aproximadamente 25 mil livros de sua biblioteca ficassem em poder de Rio Claro após sua morte. Obras raras, milhares de títulos em português inglês, francês e espanhol compõem este rico acervo, acumulado durante décadas pelo jornalista e escritor que tinha gosto literário apurado. “Vamos nos preparar, agora, para receber esta valiosa coleção, perpetuando a memória deste homem que teve, sem dúvida, uma vida profícua, brilhante e longeva, nos deixando quando já estava bem perto de completar 100 anos”, disse Altimari.

Nascido em Dois Córregos em 31 de outubro de 1915, João de Scantimburgo costumava estudar no Gabinete de Leitura de Rio Claro. Era um devorador de obras relacionadas aos mais distintos e variados assuntos, contaram contemporâneos de sua época. Leitor voraz, também produziu muito, demonstrando sua versatilidade, domínio do vernáculo, interesse em registrar seu tempo e transferi-lo à posteridade. Foram quase 30 títulos lançados pelo autor de 1966 a 2003.

A comitiva rio-clarense que esteve na residência de Scantimburgo, em 2009, na capital paulista, contou com a presença do presidente da Fundação Ulysses Guimarães, Ruy Fina, e o cirurgião dentista aposentado e ex-vereador, Osvaldo Casella, amigo pessoal do escritor e jornalista, que teve papel primordial na garantia de que as obras viessem para o Município de Rio Claro. Casella já era depositário de uma carta, assinada por Scantimburgo, em 1991, na qual o escritor manifestava inequivocamente o propósito de doar seu acervo de livros ao município de Rio Claro. “Este mesmo desejo foi incluído no testamento dele (Scantimburgo)”, confirmou Casella naquela oportunidade.

Na ocasião, a doação foi formalmente consolidada durante visita do prefeito Du Altimari à Associação Comercial de São Paulo, onde este foi recebido pelo superintende geral da entidade, Luiz Márcio Domingues Aranha e pelo superintendente de Recursos Humanos, Fernando Moya, bem como o chefe de gabinete e secretário geral da presidência , João Carlos Maradei.

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