A remoção dos galhos restantes da velha figueira localizada na praça da Igreja de São Benedito provoca misto de tristeza e alívio por parte de moradores que residem naquele entorno. O corte dos galhos remanescentes do incidente ocorrido no domingo, 23, quando praticamente metade da copa da árvore veio ao chão, em decorrência do vento forte, encerra um ciclo de mais de 100 anos, em que a velha e monumental figueira reinou naquela paisagem.
“Não me sentia insegura atravessando a praça, principalmente depois que o poder público implantou uma estrutura que ajudava na sustentação da árvore, mas dói muito no coração ver essa belíssima árvore desaparecer diante dos nossos olhos”, explica Maria Tereza Carlini Russo, que há 36 anos convivia com a visão da velha figueira a poucos metros de sua casa. Ela, contudo, entende que, “por se tratar de um ser vivo, como nós, a árvore em algum momento chegaria ao fim de seu ciclo de existência, e ninguém pode evitar que assim seja”, afirma.
Funcionário de uma empresa que está a uma distância segura da velha figueira, Edson M. do Rio observa que a velha árvore não gerava preocupação nele e em seus colegas de trabalho, mas relata que seus vizinhos não se sentiam confortáveis com a possibilidade de queda de galhos pesados em dias de vento e chuva forte. “As pessoas ficavam apreensivas, tinham receio de que alguma tragédia poderia ocorrer de uma hora para outra”, diz. “A preocupação aumentava aos sábados, quando centenas de pessoas e feirantes transitavam sob a sombra da figueira”, acrescenta.
Arlete Fabiano, que reside em frente à praça há mais de 50 anos, também compartilhava deste receio. “Não havia risco da figueira cair e atingir minha casa, mas e as pessoas, os vizinhos, os feirantes, a que estariam sujeitos se isso viesse a acontecer?”, questiona a dona de casa. Arlete, que não se encontrava em sua residência no domingo, quando parte da árvore tombou na praça, conta que sua vizinha, que presenciou a queda, viu um rapaz passar de bicicleta no local poucos instantes antes do incidente. “É uma felicidade que não tenha acontecido uma tragédia”, conclui a moradora.